segunda-feira, 28 de abril de 2008

O ESPÍRITO


M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho

Há séculos, sábios místicos afirmam que todas as formas da matéria, animada ou inanimada, devem sua existência a uma energia universal que denominam “Espírito”.

O Espírito é luz, é inteligência, é vida, é poder criador e realizador. Nele não há matéria em nenhum dos seus estados. É, portanto, imaterial. Partícula individualizada, assim se conserva em toda a trajetória que faz no processo da sua evolução.

Ele é indestrutível, indivisível, eterno, e evolui para o aperfeiçoamento cada vez maior. Como partícula do Todo, é inseparável dele e subsiste a qualquer transformação, nada havendo que o possa destruir.

O corpo foi feito para alma. Somos colocados na criação material não para sermos seus escravos, mas para a dominarmos e dela fazermos o agente de nossas mais elevadas faculdades.

Os cientistas distinguem quatro grandes forças que agem sobre a matéria: coesão, adesão (ou aderência), atração e repulsão. Do ponto de vista místico, essas quatro forças nada mais são do que diferentes manifestações de uma única energia, a energia Espírito.

Desde o menor grão de areia até o mais longínquo planeta, todas as coisas que compõem o universo material são constituídas de Espírito.

O Corpo do ser humano deve sua existência e essa energia, pois é ela que, na forma de coesão, adesão, atração e repulsão, lhe dá sua estrutura orgânica.

Enquanto temos vida, existe um equilíbrio perfeito entre as forças coesivas, adesivas, atrativas e repulsoras que operam em nosso corpo. No momento da morte, entretanto, as forças de repulsão aumentam de intensidade a acabam por provocar a decomposição das substâncias materiais que compõem o corpo. Por essa razão ele perde lentamente a forma organizada que possuía.

O termo “Espírito”, tal como é empregado pela tradição mística, não está ligado a nenhum princípio religioso. Para sermos mais precisos, os místicos não utilizam esse termo para designar a Alma ou o princípio espiritual que anima cada ser humano.

É interessante observar tudo que este mundo material representa para a nossa consciência. A maioria das ciências, artes, profissões e ocupações da vida, tem por origem nossa relação com a matéria. O filósofo da natureza, o físico, o homem da lei, o artista e o legislador, encontram na matéria seus temas ou suas oportunidades de pesquisar. O poeta empresta suas mais belas imagens à matéria. O escultor e o pintor a utilizam para expressar suas mais nobres concepções. A matéria tende a impulsionar o mundo para a atividade.

Os místicos fazem uma distinção clara entre a Alma e Espírito. Com efeito, a Alma é uma energia cósmica independente da matéria, enquanto que Espírito é a energia que constitui todas as coisas materiais.

A filosofia que não vê nas leis e fenômenos da natureza exterior o meio de despertar a consciência é lamentavelmente limitada, e que um estado social no qual a massa dos homens está excessivamente ocupada com os trabalhos materiais, a tal ponto que a alma fica incapacitada para a ação e é mantida a distância, é uma guerra contra os desígnios do G:.A:.D:.U:. e utiliza para a servidão o que deveria ser o meio de libertar e fazer desabrochar a alma.

A diferença que percebemos entre as coisas materiais está exclusivamente em sua expressão, ou seja, no seu aspecto exterior, pois os elementos subatômicos que as compõem estão infusos pela mesma energia.

Toda e qualquer energia, seja qual for a espécie, é indestrutível. Isso significa que ela está sempre pronta, sob uma ou outra forma, a cumprir sua função como matéria.

Todo relógio elétrico deve sua forma e sua aparência exterior às partículas de matéria que o compõem. Mas por mais sólida e bela que seja essa forma, não pode cumprir seu propósito, que é o de mostrar as horas, sem receber eletricidade. Isso quer dizer que, se por uma razão, a corrente elétrica não passa pelo relógio, ele cessa de funcionar e torna-se um objeto sem nenhum interesse especial. O mesmo princípio pode ser aplicado ao homem. Seu corpo físico é um conjunto de elementos materiais que, sob a ação de Espírito, formam um organismo coerente perfeitamente organizado. Entretanto, é a Alma que lhe fornece a energia vital necessária ao seu funcionamento. Quando nos abandona no momento da nossa morte, essa energia vital desaparece ao mesmo tempo que a Alma, e nosso corpo físico se torna uma massa de matéria desprovida de qualquer vitalidade. Então aquele corpo deixa de ser um indivíduo vivo e consciente.

A analogia empregada deverá permitir-nos compreender que as palavras “Espírito” e “Alma” não são sinônimos. A primeira (Espírito) designa a energia subjacente ao mundo material, enquanto a segunda (Alma) se aplica à energia espiritual que anima cada ser humano. São, portanto, duas energias diferentes, porém, complementares.

domingo, 27 de abril de 2008

MAGIA NEGRA, BRUXARIA E SUPERSTIÇÃO


M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho

Existem pessoas conhecidas como “magos negros”, “bruxos”, “feiticeiras”, “leitores de sorte”, “videntes”, etc., que se entregam a práticas com o objetivo de fazer mal ás vítimas de sua escolha ou que lhe foram designadas.

É impossível alguém utilizar o poder do pensamento para prejudicar outra pessoa a distância. Em outras palavras, não existe essa influência que por vezes é atribuída à magia negra e à bruxaria.

Só as pessoas que acreditam na eficácia das práticas maléficas podem ser suas vítimas. Isso explica o fato de que o indivíduo, quando está persuadido de ter sido enfeitiçado, entra por si mesmo num estado mental e emocional que efetivamente acaba por lhe causar prejuízos.

Nesse caso, entretanto, não é a influência maléfica do feiticeiro ou bruxo que ele sofre, mas a de seus próprios pensamentos.

Combater a ignorância é um grande bem prestado à humanidade. A ignorância tem sido a única causa de todos os males que vêm corrompendo, obsedando e degradando os seres.

O esclarecimento fortifica o ser, torna-o invencível, dá-lhe forças para combater, para livrar-se dos males terrenos e de todas as coisas que o possam deter no caminho da vida

O único poder da magia negra e da bruxaria é o que lhes é atribuído pois, em si mesmas, essas práticas não possuem nenhuma força. Sua eficácia está exclusivamente no fato de que as pessoas que lhes dão crédito se auto-sugestionam negativamente.

A ignorância tem levado o homem à prática de atos, por vezes, irreparáveis.

A Maçonaria, via de seus estudos sistemáticos, levanta o moral das criaturas e leva-as para o cumprimento do dever. A verdade faz compreender os direitos terrenos, manda respeitar as leis e o próximo, defende a sua pessoa e a sua família.

Foi cientificamente provado que, quando um indivíduo mantém pensamentos maus constantemente, cria em si mesmo condições psicológicas e fisiológicas que favorecem o aparecimento de doenças mentais e físicas.

Aqui não se condena ninguém, nem tampouco se quer saber da religião que as pessoas professam. Queremos sim, que o homem saiba caminhar por si, conhecendo-se como Força e Matéria.

Toda criatura humana deve ser forte, valorosa e destemida para enfrentar a luta pela vida tal qual se apresente.

Toda pessoa que se recusa a acreditar na eficácia dos magos negros, bruxos, leitores de sorte, etc., não poderá em caso algum ser vítima de suas práticas maléficas. Na realidade, são eles que acabam sofrendo o mal que desejaram infligir.

O medo é uma barreira fantástica que se levanta na frente do ser ignorante para acovardá-lo. O esclarecimento coloca o homem na altura de tudo enfrentar. Para o homem de caráter não há fantasmas, ele sabe representar bem o seu papel na Terra e dá boas contas dos compromissos que o espírito assumiu ao vir estagiar aqui neste planeta-escola, para evoluir, para progredir, para caminhar, enfim, no seu carro, o corpo carnal.

Todas as superstições se originam em um raciocínio totalmente errôneo ou em uma associação de idéias muito equivocadas, pois nenhuma superstição corresponde ao cumprimento de uma lei natural ou universal.

O homem esclarecido nunca deve julgar-se sábio, nunca deverá ter essa vaidade, porque a vida é contínua, e se a vida continua pelo infinito, todos devem saber pensar, estudar e raciocinar como discípulos que são da Escola do mundo, devendo fazer bom uso das lições que forem recebendo. Todos devem procurar compreender bem o que explanamos, para que possam cumprir os seus deveres sem maiores sacrifícios, sem profundas dores morais, materiais e espirituais.

Quem maltrata os animais ou em nome da superstição ou da ciência no que esta tem de pior os faz sofrer inutilmente, cria para si mesmo um carma negativo. Se é errado crer que certos animais trazem má sorte, também é verdade que quem os faz sofrer enfrentará, mais cedo ou mais tarde, as provas dolorosas que têm por objetivo fazê-lo compreender a crueldade de suas ações.

Há entre as criaturas incompreensão, muita falta de raciocínio e, por causa dessa incompreensão e dessa falta de raciocínio, é que há erros gravíssimos com dificuldades são corrigidos numa encarnação.

Como não existe nenhum animal portador de má sorte, também é verdade que nenhum pode trazer boa sorte. O mesmo se aplica a todos os objetos. Portanto, os fetiches, amuletos, talismãs, medalhas, etc., não têm qualquer poder próprio.

Todos são imperfeitos na Terra, basta serem espíritos que aqui se encontram em depuração. Mas as imperfeições devem ser reconhecidas para poderem ser corrigidas, e felizes daqueles que as reconhecem, porque estes têm facilidades de se aperfeiçoarem. Mas a vaidade que cega muitos espíritos, cria neles uma auréola de perfeição de tal forma que se sentem perfeitos e não admitem nem aceitam a mais leve obsercação. Alguns chegam até ao cúmulo de se julgarem superiores àqueles que de fato têm superioridade. Isso não é só ignorância, é pretensão e vaidade inqualificáveis.

O homem colhe individual e coletivamente o que semeou. Suas alegrias e tristezas se devem ao modo como ele usa seu livre-arbítrio. A felicidade nada tem a ver com o objeto dito milagroso ou com a prática de uma crença supersticiosa.

Não existem milagres nem tampouco poderes mágicos, que só existem na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que citam, como prova da existência desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.

O G:.A:.D:.U:. não escuta a maldição injusta e culpado perante ele se torna o que a profere.

domingo, 30 de março de 2008

RESPONSABILIDADE MAÇÔNICA




A questão da responsabilidade maçônica não pode ser tratada de modo simplista e sem base no fundamento filosófico.

Lembramos aqui que a Maçonaria sempre foi o fórum ideal para a discutir-se a problemática da sociedade em que vivemos, como bem atestam as contribuições da Ordem à história universal, o que se retorna a praticar agora, em nossos tempos, como bem demonstra a realização deste evento proposto pelo Grande Oriente do Estado de Mato Grosso, onde uma Loja de Obreiros visita a co-irmã levando luzes para efetiva conscientização dos irmãos.

Nas Lojas Maçônicas, a discussão filosófica e os conteúdos críticos da sociedade, são relativamente pequenos em função da ritualista das sessões cotidianas, e também os assuntos administrativos das mesmas. Repetindo a indagação o que maçom está fazendo hoje em termos de responsabilidade social, deixo no ar para que cada Irmão, com base nas suas ações particulares, proceda a necessária resposta.

Temos consciência que a Ética é você ser responsável por você, por seu próximo e por onde você vive.

Nós, os maçons, temos condições de gerar atitudes e condições de responsabilidade social, acrescentando que a nossa ação é reflexo da nossa responsabilidade; a nossa responsabilidade é reflexo da nossa consciência, por isso é que os maçons deve gerar ações que integrem a maior lisura, uma lisura que ninguém mais tem no mesmo nível.

Temos que marcar a diferença, haveremos de tornar todas as pessoas tão conscientes como nós. Temos que ser diferentes, senão seremos apenas profanos aparamentados maconicamente.
É de fundamental importância que os Maçons assumam sua condição de Maçons, pois nossa responsabilidade social é baseada na ética e na consciência pessoal.
Construir uma sociedade justa demanda esforço de todos os segmentos, principalmente das instituições que têm papel filantrópico, fraterno e educacional. Então, o ato de preparar adequadamente pessoas que vão atuar como formadores nas mais diversas áreas do conhecimento assume um papel dos mais relevantes no mundo contemporâneo.

Neste sentido para um maçom bem exercer tal função, exige-se que ele tenha vocação pelo ato de ensinar e que seja bem preparado para o seu desempenho maçônico. Portanto, é mister não se perder de vista a necessidade de preparo humanístico aliado ao domínio da técnica, para se formar maçons comprometidos com a sociedade. Somente os Estudos podem oferecer a instrução tão necessária para o progresso dentro e fora da Maçonaria.
Usando palavras e indagações do estudioso Ir.'. Walter Fachetti, as Oficinas, sem exceção, discutem minúcias de procedimento ritualístico e o sexo dos anjos, ao mesmo tempo em que se transformam em entidades beneficentes, clubes de serviço ou passarela de vaidades.
A Fraternidade, minada pela falsidade e egoísmo de muitos Irmãos, está transformando a Loja Maçônica em lugar pouco freqüentado, onde somente se ouve o bater dos Malhetes ecoando no vazio. Seria o fim da Irmandade e de seus ensinamentos milenares?
Deixamos de participar da História para vivermos apenas das glórias do passado?
Somos agora conduzidos, nós que sempre conduzimos?

A verdade incontestável é que a sociedade está doente, e tal doença afeta todas as instituições. A Maçonaria não está imune. Os noticiários de televisão mostram, cotidianamente, a morte estúpida de jovens por outros jovens dentro das escolas, ou por traficantes, doentes mentais, e até mesmo por parentes dentro de suas próprias casas.
A freqüência com que isto está ocorrendo demonstra que a juventude do mundo está em crise, e a crise da juventude faz parte da doença da sociedade em que vivemos.
Tem sido quase que normal olharmos a televisão e vermos noticias de jovens sendo mortos por motivos banais e muitas vezes sem motivos, isso tem mostrado a face de nossos tempos.
A alguns anos vimos a filha matar os Pais com a ajuda do namorado sem demonstrar nenhum remorso, hoje vimos ela brigando pela herança dos pais que ela matou.
Pais chorando a pena de morte em que foi proclamada aos seus tão amados filhos pelos bandidos.
Deformações morais e emocionais, frutos da desídia dos pais ao educar seus filhos, tomou todo o mundo refletindo-se na televisão e na imprensa através de cenas chocantes de violência, miséria, loucura, desespero. Dizem alguns sociólogos que, por vivermos à sombra de uma virtual hecatombe nuclear, com ogivas atômicas em número cada vez maior, que podem ser disparadas até acidentalmente, leva o jovem a desconsiderar qualquer espécie de futuro, voltando-se para as drogas, fragmentando-se em gangues violentas, renunciando à moralidade no agir.
Se no passado existia em nosso País uma sociedade escravagista, onde os coronéis eram imunes às leis e se constituíam numa casta de privilegiados, hoje o neocoronelismo continua a existir. Usando ternos importados, gravatas Hermes, celulares e computadores de última geração, utilizam-se dos fundos públicos, da corrupção, do nepotismo descarado e vergonhoso, para obter fortunas monstruosas, enquanto os párias da sociedade morrem por falta de comida, remédios e trabalho.
Num mundo onde ocorrem rápidas e profundas mudanças sociais e econômicas, tradicionalistas persistem em pregar ideologias ultrapassadas, enquanto a pobreza continua aumentando a exclusão social, os chamados mercados globais tumultuam a economia mundial, cresce a criminalidade e a impunidade, acentuam-se os conflitos. Não podemos ignorar as mudanças que ocorreram no papel da mulher dentro da sociedade, nem o colapso da célula familiar, nem a violenta revolução tecnológica que afeta o mundo do trabalho. Mais do que nunca a exigência de reformas democráticas profundas se faz ante a hostilidade popular à política.
Nossa Ordem não pode sujeitar-se aos parâmetros que lhe estão sendo impostos pela sociedade civil. Nossas Lojas precisam unir-se pela ideologia, independente de Potência, e lutar pela modificação estrutural de nossa organização social. Precisamos repensar as formas de representação política e, sob a égide de um plano de metas elaborados por TODA a Maçonaria, começarmos a lutar pelo futuro da humanidade.
Dentro deste contexto a EDUCAÇÃO torna-se prioridade máxima, aliada ao conceito de RESPONSABILIDADE. Somente se elevarmos os padrões morais e culturais do povo através da educação é que conseguiremos equilibrar os DIREITOS e DEVERES de cada um, dando ensejo ao surgimento do respeito ao próximo.
O Poder Judiciário deve tornar-se o paradigma da confiança e da justiça, punindo erros com rapidez e eficiência, sem burocracia, pois somente assim defenderá os oprimidos e injustiçados.
O Poder Executivo deve aprender a trabalhar em parceria com os setores privados e voluntários, dividindo responsabilidades, incentivando o social e o respeito às Leis.
O Poder Legislativo precisa sofrer profunda modificação conceitual de modo a perder sua função corporativista e produtora de leis inúteis, crescendo nos debates das causas nacionais.

Nós homens conscientes, agindo assim, tornaremos um quarto Poder: o Poder Fiscalizador, buscador da transparência tão necessária.
É preciso mais do que simplesmente a boa vontade para que se produza um maçom, homem equilibrado, capaz de levar “luz” por onde for, pensando, falando e agindo de acordo com as regras mais aceitáveis, seja na família, seja em qualquer dos outros possíveis grupos sociais nos quais esteja inserido.

Talvez esta afirmação possa nos ajudar a entender a tão lida e falada resposta quando nos é perguntado: “... para que nos reunimos neste Aug:. Templo?

A resposta já tão conhecida, nos vem automaticamente: “...para combater o despotismo, as tiranias, os preconceitos, as injustiças, a ignorância e os erros; para promover o triunfo da Verdade, da Liberdade e da Justiça; para pugnar pela evolução do Homem, o bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício.”

Alguns de nossos IIr:. mais jovens, pouco tempo depois da iniciação ou ao longo do caminho que lhes conduz à condição de Mestre, encontram-se tão amargurados que é difícil não perceber alguma falta de estímulo neles, que, não raro, abandonam os trabalhos maçônicos ou os mantêm de maneira pouco aceitável.

Para que não fique restrito aos “mais jovens” o que comentamos, há experiências também com os “mais velhos”.

Certa vez, ao término de uma palestra que proferimos, um Irmão confessou, de maneira emocionada e discreta, que acabava de recuperar algo do “velho ânimo” que o tempo, a incoerência e a falta de estudos tinham quase sufocado nele.

Por nos tornarmos Mestres Maçons, não poderemos de maneira alguma ignorar as nossas imperfeições humanas. Haveremos sim de detectá-las e combatê-las.

Na sua inteligente obra “Fedro”, o pensador Platão assevera:

O homem pode converter-se no mais divino dos animais, sempre que se o eduque corretamente; converte-se na criatura mais selvagem de todas as criaturas que habitam a terra, em caso de ser mal-educado.

Comumente ouve-se por aí a seguinte afirmação: A maçonaria não é um reformatório. Não concordamos de maneira alguma com essa insensata fala, vez que somos todos sabedores que a Maçonaria é uma Escola, e o papel fundamental da escola é justamente o de reformar, reorganizar, corrigir, dar melhor forma, consertar, restaurar. Isso é educar.

O que é educar? Recorramos a um dicionário para que não nos classifiquem como intelectuais que usam livros inacessíveis. Duas acepções nos ajudam no momento:

• Dar a alguém todos os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade;

• Transmitir saber a; dar ensino a; instruir.

Podemos entender, a partir da idéia platônica exposta anteriormente, com a ajuda das acepções do dicionário, que o Maçom pode se tornar mais coerente, em relação à Maçonaria, caso haja, sobre ele, a ação de educadores.

Quais seriam, na Maçonaria, os educadores?
Resposta instantânea: Nossos Mestres.

Não havendo insistência no trabalho educativo mais amplo, mais completo, indo além da simples promoção de leitura de fragmentos de nossas instruções, o processo educativo ou de desenvolvimento fica ameaçado, dificultando a transmissão e a preservação dos conhecimentos, valores e habilidades mencionados pelo Sociólogo Ely Chinoy e transcritos abaixo:

Seja qual for seu impacto em determinado ambiente, a educação realiza importantes funções gerais. A sociedade como um todo, proporciona a preservação e a transmissão da cultura. Consoante a observação de Ernile Durkheirn, e “acima de tudo o meio pelo qual a sociedade recria perpetuamente as condições da própria existência” (Educação e Sociologia, 1956). Transmitindo de uma geração a outra, crenças firmadas, conhecimentos, valores e habilidades, concorre para a continuidade e a persistência de urna vida social organizada.

Não dar a devida atenção à educação dos Maçons é ameaçar o futuro da Ordem.

O reflexo da seriedade do processo educacional maçônico dá-se em nós mesmos, em nossas Lojas e em nossa potência.

Quando não preparamos o senso crítico dos “alunos”, eles, movidos apenas pela vontade de aprender, buscam respostas desordenadamente, o que explica, na Maçonaria, a abundância de literatura rasteira, a discussão de temas ocultistas, a ignorância de fatos históricos, a mistura de alhos com bugalhos, a decepção (ou a amargura) e outras “barbaridades” que, acontecem em todas as nossas Lojas;

Estas indagações surgem ao sabor de nossa fala:

Como empregar os Maçons na “construção social” sem antes prepará-los para o trabalho?

A quem cabe a responsabilidade de preparar construtores para a “obra”?

Seria abuso indicar que cabe aos Mestres? Talvez não, já que têm (ou deveriam ter) o domínio da “arte”, corno forma de perpetuá-la e de difundir os seus efeitos pela sociedade.

A Maçonaria é “apenas” um sublime processo, para o qual a matéria-prima, que é o homem, seja conduzido pela mão amiga de um Mestre que o orienta sem comprometer seu desenvolvimento, até que ele possa “andar com as próprias pernas”, servindo para aquilo que se propôs na noite de sua Iniciação, a saber: a “construção social”.

A Maçonaria é responsabilidade dos Mestres!

Paremos agora para pensar, e reflitamos a nível profundo: Se a Maçonaria não vai bem (na prática), nós devemos reavaliar os nossos métodos de operacionalizá-la, pois realizar pouco ou mal aquilo que tem grande potencial (que somos todos nós) é algo como manter um gênio criativo amarrado, amordaçado e vendado.

Não havendo um número suficiente de Mestres prontos para esta abordagem mais “ampla” na educação maçônica (existem Mestres maravilhosos), a solução mais simples e acessível parece ser o apelo à Filosofia, para que não haja mais perda, como as citadas anteriormente, promovida pela literatura rasteira e os “achismos” insustentáveis.

Conhecendo o desenvolvimento do pensamento ocidental, através da História da Filosofia, algo já pode ser mudado, surtindo efeitos a curto prazo.

O senso comum não pode imperar entre os buscadores da Verdade (não confundamos senso comum com consenso). A Filosofia é como a liberdade, quando experimentada pela primeira vez. Depois da experiência, o retorno a restrição é inaceitável. Apresentemos a Filosofia aos homens livres e de bons costumes. O resultado não pode e nunca será negativo.

Hoje, com a Internet e muitas facilidades para a aquisição de livros de bons autores, corno Bertrand Russel, Richard Tarnas, Will Durant, Hegel, Finley, além de coleções populares corno Os Pensadores, da Abril, e obras didáticas como as da professora Marilena Chauí.

Temos como exemplo um Irmão de nossa Loja, Ir:. Zanizor Rodrigues, reconhecido Médico Psiquiatra, professor catedrático de medicina da nossa UFMT e palestrante, que após muitos anos como profissional na área médica, fez vestibular para Filosofia, passou, freqüentou assiduamente o curso, e no dia 25 de março deste ano colou grau como Bacharel em Filosofia. Segui os seus passos, e estou cursando o primeiro semestre de Geografia na mesma academia federal. Estamos em busca de luzes para espargi-las.

A propósito, como vão as bibliotecas de nossas Lojas? Pois é, a grande maioria pode estar cheia de pó e de obras maravilhosas, fantásticas, onde a Maçonaria aparece romanceada a ponto de parecerem livros “paulocoelhanos”, de leitura agradável, mas sem fundamentação histórica satisfatória ou aplicação perceptível no contexto da “construção social”.

Que tal um “banho” de livraria como primeiro passo?

Depois, podem surgir grupos de estudo e pesquisa. São muitas idéias...

Busquemos algo mais que apenas os Rituais jogados ao nosso peito.

Lembremo-nos que o que parece difícil para o dito profano é tarefa normal para o maçom. Precisamos de compromisso com o aprendizado. Precisamos formar maçons mais completos, pois os desafios do presente não são como os desafios do passado.

Cada Mestre que promova a “arte” como puder, mas que não a deixe de lado, enquanto o mundo dito profano invade nossas Lojas com seus vícios, quando na verdade, iluminados pela luz da Razão, deveríamos invadir o mundo profano, com nossas virtudes desenvolvidas (melhor realizadas), para ajudar na sua evolução.

Promover boa educação maçônica, é a primeira responsabilidade e fiel compromisso dos Mestres, é, acima de tudo, colaborar para a preservação da Ordem, pela sua continuidade sem a inserção de elementos estranhos aos seus ensinamentos universalmente aceitos.

Existem IIr:. Maçons derrotados porque “correm atrás de coisas vãs”. Acorde! Coloque o seu pé no chão. Lavre a terra, sue e camisa. Não fique na arquibancada da vida torcendo para que tudo aconteça. Entre e participe.

O G:.A:.D:.U:. vai abençoar o que você acha que merece e pelo qual está disposta a lutar.

Acreditar em Deus não significa ficar de braços cruzados, esperando que o sucesso caia do céu. O verdadeiro sucesso não é um grande acontecimento, nem uma única e grande vitória. O sucesso que o Supremo Criador oferece é composto de pequenas vitórias diárias.

Correr atrás de fantasias, esperar um “golpe de sorte”, ou uma “herança” é falta de senso, loucura, ingenuidade. São as pessoas que agem assim que formam a longa fila dos derrotados.

Sistematicamente ouvimos dos irmãos: Onde haveremos de buscar inspiração e sabedoria para o trabalho maçônico? Respondemos sempre que num livro inspirado por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. Esse livro está depositado e aberto lá no altar: O Livro Sagrado.
M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho
Bibliografia

ALMEIDA, Nilton Figueiredo; Célia Caccavo F. de Almeida, José Carlos Pinheiro Alves; O Último Minuto – Especulação Filosófica” – Racionalismo Cristão – 1992;

BIBLIA SAGRADA, Tradução João Ferreira de Almeida;

BUENO, Silveira, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Fename/MEC – 11ª Edição; Brasília-DF; 1983

BULLÓN, Alejandro, Janelas para a Vida , Casa Publicadora Brasileira – Tatuí-SP – 1ª edição – 2007;

CHYNOY, Ely. Sociedade - Uma Introduções a Sociologia, São Paulo : Cultrix, 1984.

HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro : Objetiva, 2001.

KARDEC, Allan , O Evangelho segundo o Espiritismo – Editora IDE – 324 edição – Araras-SP;

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O ORGULHO


A BANCA DO DISTINTO
BILLY BLANCO

NÃO FALA COM POBRE
NÃO DÁ MÃO A PRETO
NÃO CARREGA EMBRULHO
PRA QUE TANTA POSE “DOTÔ”?
PRA QUE TANTO ORGULHO?

A BRUXA É CEGA, ESBARRA NA GENTE
A VIDA ESTANCA
O ENFARTE TE PEGA “DOTÔ”
E ACABA ESSA BANCA

A VAIDADE É ASSIM,
PÕE O TONTO NO ALTO
RETIRA A ESCADA
FICA POR PERTO ESPERANDO SENTADA
MAIS CEDO OU MAIS TARDE
ELE ACABA NO CHÃO

MAIS ALTO O COQUEIRO
MAIOR É TOMBO
“DOTÔ” AFINAL,
TODO MUNDO É IGUAL
QUANDO O TOMBO TERMINA
COM TERRA POR CIMA
E NA HORIZONTAL.

OS EFEITOS TÓXICOS DA FUMAÇA DAS VELAS E INCENSOS


INTRODUÇÃO

Nem mesmo templos budistas, católicos e Maçônicos podem-se dizer seguros em relação aos efeitos tóxicos da fumaça das velas e incensos usados nas suas cerimônias.

Todos nós somos sabedores que as células possuem estruturas complexas que carregam informações que governam todo o nosso corpo, desde a cor dos olhos até o desenvolvimento das doenças.

Nosso corpo todo funciona dessa forma, num modelo de interação genética que, quando ocorre dano (mutação), promove transformações significativas em todo o organismo. Tais danos freqüentemente são provocados por fatores externos, como mudanças de hábitos ou comportamentos agressivos à nossa saúde.

As mutações são provocadas por agentes, atualmente bem estabelecidos, como o cigarro, sol, gorduras, agrotóxicos, queimadas, hormônios, dentre outros tantos, aparecendo agora, via de pesquisas recentes os incensos e velas como novos vilões a serem combatidos.

O aconselhamento genético passa por orientações de comportamentos, hábitos e modo de vida que promovam a manutenção da estrutura original dos nossos genes, desviando de eventos que possam culminar com mutações indesejáveis.

O QUE É O CÂNCER?
Os incríveis avanços da Biologia Molecular permitiram compreender o câncer a partir das alterações no material genético de suas células. Mutações em determinados genes alteram os comandos de divisão, diferenciação e morte celular, permitindo sua multiplicação desenfreada. Com seus mecanismos de controle da divisão inoperantes passam a se multiplicar independentemente das necessidades do organismo.
Por meio de sucessivas divisões, a célula, agora chamada de maligna, acaba formando um agrupamento de células praticamente idênticas que recebe o nome de tumor. Diante dessa perda de controle intrínseca da multiplicação celular, só resta ao organismo tentar identificar e destruir essas células anormais por intermédio do seu Sistema Imunológico. Se esse sistema mostrar-se ineficaz, a doença passará a ter condições de evoluir.
As mutações vão se acumulando no genoma da célula, determinando novas alterações em seu comportamento. As células malignas podem, por exemplo, adquirir a capacidade de disseminação, crescendo em áreas do corpo distantes de seu órgão de origem. Esses focos de crescimento a distância chamam-se metástases.
Isto é o câncer: um grupo de células, crescendo descontroladamente, capaz de invadir estruturas próximas e, ainda, espalhar-se para diversas regiões do organismo. Não há, entretanto, possibilidade de transmissão entre pessoas, mesmo nos contatos mais íntimos. Qualquer célula maligna que penetrasse em outro corpo seria rapidamente destruída pelo Sistema Imunológico desse organismo.
Todo câncer é formado por células que, ao sofrerem modificações em seu material genético, passam a apresentar crescimento e multiplicação desordenados. Essas células deixam de responder aos mecanismos de controle do organismo, duplicando-se continuamente para criar os tumores.
Algumas células malignas adquirem a capacidade de migrar e se desenvolver em outros órgãos, muitas vezes, distantes do seu local de origem. Esse último processo dá origem às metástases, um importante obstáculo ao controle do câncer.
FATORES DE RISCO
Agente carcinogênico é todo o causador de modificações no DNA de uma célula capaz de levá-la a uma proliferação desordenada, dando origem ao câncer. São agentes cancerígenos: produtos químicos, radiações e microrganismos.
Um exemplo de agente cancerígeno do tipo radiação é a luz solar que, com seus raios ultravioleta, é responsável pela grande maioria dos cânceres de pele.

Agentes cancerígenos químicos são encontrados no fumo, que representa o maior risco conhecido ao desenvolvimento de doenças malignas no ser humano. Acredita-se que um terço dos tumores malignos seja causado pelo hábito de fumar, reconhecendo-se, hoje, mais de 400 substâncias carcinogênicas na fumaça do cigarro.
Estima-se que até 70% dos casos de câncer podem ser evitados simplesmente impedindo-se a exposição aos fatores de risco ambientais. A eliminação do hábito de fumar, modificações na dieta, com maior consumo de frutas, verduras, legumes e cereais, a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e do controle na exposição a agentes químicos, radiações ionizantes e raios ultravioleta são medidas práticas que contribuem para a redução máxima do risco de se desenvolver um câncer.

O PERIGO DA “FUMAÇA DO BEM”

A aparentemente inofensiva e bendita fumaça que exalam incensos e velas também podem estar relacionadas ao aparecimento do câncer de pulmão e bexiga. Esta é a última novidade no nebuloso terreno das fumaças e seus efeitos, afirma estudo publicado na revista científica European Respiratory Journal.
Com isso, amplia-se o leque das fumaças acusadas de causar a doença e o já combalido cigarro, a poluição urbana e o gás carbônico dos escapamentos ganham agora a companhia desta “fumaça do bem”. Afinal, quem poderia imaginar que, ao acender uma vela para o santo predileto ou defumar a casa para descarregar o ambiente, você estaria, na verdade, impregnando seu lar com os chamados hidrocarbonetos aromáticos e partículas poluentes sólidas, substâncias causadoras de câncer de pulmão e de bexiga.
O estudo vai na mesma linha dos que mostraram os efeitos da fumaça do cigarro em ambientes fechados como restaurantes, museus e salas de trabalho. Agora a metralhadora contra a poluição interior volta-se para o enfumaçado ambiente dos templos budistas e católicos, adeptos do incenso, defumadores e velas.
Antes que se tome medidas radicais, um aviso: não é preciso aposentar as velinhas do bolo de aniversário. Segundo a pesquisa, apenas em ambientes fechados e com muita fumaça é que o perigo pode ser iminente.

Segundo o estudo, o ar respirado nas igrejas tem uma concentração de substâncias cancerígenas maior do que o respirado em ruas onde passam 45 mil carros por dia. Na avaliação, o nível de pequenas partículas poluentes sólidas nas igrejas acompanhadas estava 20 vezes maior que o permitido pelas regulamentações européias. Daí poderemos concluir que o uso de velas e incensos em nossos trabalhos, poderão trazer malefícios à saúde dos nossos obreiros.

Em outra pesquisa semelhante, publicada pela revista New Scientist, cientistas da Universidade Nacional Cheng Kung, de Taiwan, afirmaram que num templo budista mal ventilado de Taiwan os níveis encontrados da substância cancerígena – aqui provenientes da queima de incensos – eram 45 vezes superiores aos encontrados em residências de fumantes e até 118 vezes maiores do que em áreas fechadas livres de qualquer fonte de combustão, estando ainda 19 vezes acima do encontrado no lado de fora do prédio e um pouco acima do nível presente nas amostras colhidas num cruzamento movimentado.
De acordo com Brad Timms, da Campanha de Pesquisa do Câncer, na Grã-Bretanha, "o risco de se desenvolver câncer pela inalação da fumaça produzida pela queima de incensos dependerá do nível de hidrocarbonetos policíclicos liberados por este tipo de fonte e pelo tempo de exposição a eles."

Durante as cerimônias religiosas especiais, quando a freqüência nos templos é muito grande, a visibilidade no interior do templo chega a ser reduzida por conta da fumaça intensa dos incensos.

Da mesma forma, os pesquisadores da Universidade de Maastricht, na Holanda, acreditam que, no mês de dezembro, o risco aos católicos praticantes tende a ser mais elevado, uma vez que as igrejas acendem maior quantidade de velas para celebrar a chegada do Natal.
Segundo a pesquisa holandesa, onde foi analisada a concentração de pequenas partículas poluentes sólidas no ar de uma pequena capela e de uma grande basílica em Maastricht, o ar das igrejas continha níveis desta substância cancerígena quatro vezes superior ao nível aferido antes da missa matinal, após deixarem as velas acesas por nove horas, o que significa 12 a 20 vezes a média de concentração permitida pelos padrões europeus para um período de 24 horas.

No ar das igrejas também foram identificados vários tipos de radicais livres, moléculas altamente reativas que fazem mal ao tecido do pulmão e podem provocar ou piorar reações inflamatórias e doenças respiratórias como asma ou bronquite. Segundo os pesquisadores, padres e pessoas que trabalham dentro de igrejas por longos períodos enfrentam riscos maiores que os fiéis freqüentadores das igrejas, embora pessoas devotas que passem muitas horas por dia no local também possam ser afetadas.

CONCLUSÃO

Como todo Símbolo, o clarão tremeluzente da vela pode ter várias interpretações. Nele podemos ver a primeira luz da Maçonaria que o profano recebe de início fraca para que o mesmo, através dos pensamentos que o ambiente lhe sugere, possa acostumar a sua visão espiritual à luz deslumbrante das verdades que lhe serão reveladas.

A luz da vela é o reflexo e a representação da Divindade no plano terrestre.

O uso do incenso nos templos Maçônicos tem justamente o objetivo de purificar, energizar e harmonizar o ambiente para início e desenvolvimento dos trabalhos.

Posto tais descobertas, oriundas de pesquisas científicas confiáveis, e o desejo de nos mantermos saudáveis, interessante que se faça uma necessária reflexão a respeito do tema, buscando alternativas de trocas desses instrumentos simbólicos (vela e incenso) por pequenas luzes artificiais e aspersão de substâncias aromáticas, que certamente trarão os mesmos benefícios da simbologia utilizada pela nossa Sagrada e Milenar Instituição.

Cuiabá-Mt – Julho/2007-E:.V:.

M:. M:. Antônio Padilha de Carvalho - Obreiro da ARLS "Acácia do Rio Abaixo" n. 35 - Or:. Santo Antônio do Leverger-Mt - GOE-MT;

M:. M:. Wilson Mamedes de Campos, Obreiro da ARLS "Triângulo da Fraternidade" - Or:. Cuiabá-Mt - GOB-MT;

Bibliografia:

Associação Brasileira do Câncer - Livro: Tenho câncer. E agora?;

ABCâncer – Revista da Associação Brasileira do Câncer – ano 6 – nº 38 – Março 2007;

Aslan, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda – Londrina-Pr – 2005;

“A VIDA É ILUSÃO”




Sempre se ouve a alegação de que ECLESIASTES representa um desvio da fé ortodoxa hebraica. SALOMÃO, o pregador, expressa uma atitude agnóstica a respeito do que acontece ao ser humano neste planeta-escola.

Um estudo cuidadoso e sintético de ECLESIASTES extrai o verdadeiro propósito de seu autor. Depois de haver Salomão experimentado todas as alternativas conducentes aos valores mais elevados da vida humana, dá-nos esse escritor seu testemunho pessoal a respeito do vazio e do desgosto que resultaram de suas experiências: ele provou tudo o que o mundo pode oferecer em termos de satisfação e prazer. Tudo resultou em futilidade, pois nada tem valor; faltou-lhe a verdadeira satisfação.

Eis as suas palavras:

“ Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso? Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo.

O Sol continua a nascer, e a se pôr, e volta ao seu lugar para começar tudo outra vez.

Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio. A água volta para onde nascem os rios, e tudo começa outra vez. Todas as coisas levam a gente ao cansaço, um cansaço tão grande, que nem dar para contar. Os nossos olhos não cansam de ver nem nossos ouvidos de ouvir. O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo. Tudo já aconteceu antes, bem antes de nós nascermos. Ninguém lembra do que aconteceu no passado; quem vier depois das coisas que vão acontecer no futuro também não vai lembrar delas.

É tudo como correr atrás do vento. Ninguém pode endireitar o que é torto, nem fazer contas quanto faltam os números.

Quanto mais sábia é uma pessoa, mais aborrecimentos ela tem; e, quanto mais sabe, mais sofre.

Então resolvi me divertir e gozar os prazeres da vida. Mas descobri que isso também é ilusão. Cheguei à conclusão de que o riso é tolice e de que o prazer não serve para nada.

Procurei ainda descobrir qual a melhor maneira de viver e então resolvi me alegrar com vinho e me divertir. Pensei que talvez fosse essa a melhor coisa que uma pessoa pode fazer durante a sua curta vida aqui na terra.

Realizei grandes coisas. Construí casas, fiz plantações... Comprei muitos escravos. Tive mais gado e mais ovelhas do que todas as pessoas que moraram em Jerusalém antes de mim. Também ajuntei para mim prata e ouro dos tesouros dos reis e das terras que governei. Homens e mulheres cantaram para me divertir, e tive todas as mulheres que um homem pode desejar.

Sim! Fui grande. Fui mais rico do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim, e nunca me faltou a sabedoria. Consegui tudo o que desejei. Não neguei a mim mesmo nenhum tipo de prazer. Mas, quando pensei em todas as coisas que havia feito e no trabalho que tinha tido para conseguir fazê-las, compreendi que tudo aquilo era ilusão, não tinha nenhum proveito. Era como se eu tivesse correndo atrás de vento.

Cheguei à conclusão de que a sabedoria é melhor do que a tolice, assim como a luz é melhor do que a escuridão.

Os sábios podem ver para onde estão indo, mas os tolos andam na escuridão. Porém eu sei que o mesmo que acontece com os sábios acontece também como os tolos. O que é que eu ganhei sendo sábio? Não ganhei nada! Ninguém lembra para sempre dos sábios, como ninguém lembra dos tolos.

No futuro todos nós seremos esquecidos. Todos morreremos, tanto os sábios como os tolos. Por isso, a vida começou a não valer nada para mim, ela só me havia trazido aborrecimentos. Tudo havia sido ilusão; eu apenas havia corrido atrás do vento. Tudo o que eu tinha e que havia conseguido com o meu trabalho não valia nada para mim.

A gente trabalha com toda sabedoria, conhecimento e inteligência para conseguir alguma coisa e depois tem de deixar tudo para alguém que não fez nada para merecer aquilo. Isso também é ilusão e não está certo!

Tudo o que fazemos na vida não nos traz nada, a não ser preocupações e desgostos. Não podemos descansar nem de noite. Tudo é ilusão.

A melhor coisa que alguém pode fazer é comer e beber e se divertir com o dinheiro que ganhou.

É tudo como correr atrás do vento.

Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião. Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de ficar calado e de falar. Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.

O que é que a pessoa ganha com todo o seu trabalho? Eu tenho visto o trabalho que Deus dá às pessoas para que fiquem ocupadas. Deus marcou o tempo certo para cada coisa.

Nesta vida tudo o que a pessoa poder fazer é procurar ser feliz e viver o melhor que puder. Todos nós devemos comer e beber e aproveitar bem aquilo que ganhamos com o nosso trabalho. Isso é um presente de Deus.

Tudo o que acontece ou que pode acontecer já aconteceu antes.

Eu também reparei o seguinte: no lugar onde deveriam estar a justiça e o direito, o que a gente encontra é a maldade.

Cheguei à conclusão de que Deus está pondo as pessoas à prova para que elas vejam que não são melhores que os animais. No final das contas, o mesmo que acontece com as pessoas acontece com os animais. Tanto as pessoas como os animais morrem. O ser humano não leva nenhuma vantagem sobre o animal, pois os dois têm de respirar para viver. Como se vê, tudo é ilusão, pois tanto um como o outro irão para o mesmo lugar, isto é, o pó da terra. Tanto um como o outro vieram de lá e voltarão para lá.

Como é que alguém pode ter a certeza de que o sopro da vida do ser humano vai para cima e que o sopro de vida do animal desce para a terra?

Não há nada melhor do que a gente ter prazer no trabalho. Esta é a nossa recompensa. Pois como é que podemos saber o que vai acontecer depois da nossa morte?

Então olhei de novo para toda a injustiça que existe neste mundo. Vi muitos sendo explorados e maltratados. Eles choravam, mas ninguém os ajudava. Ninguém os ajudava porque os seus perseguidores tinham o poder do seu lado. Por isso, cheguei a esta conclusão: aqueles que morreram são mais felizes do que os que continuam vivos. Porém mais felizes do que todos são aqueles que ainda não nasceram e que ainda não viram as injustiças que há neste mundo.

Descobri por que as pessoas se esforçam tanto para ter sucesso no seu trabalho: é porque elas querem ser mais do que os outros. Mas tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento.

Dizem que só mesmo um louco chegaria ao ponto de cruzar os braços e passar fome até morrer. Pode ser. Mas é melhor ter pouco numa das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as duas mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento.

Descobri que na vida existe mais uma coisa que não vale a pena: é o homem viver sozinho, sem amigos, sem filhos, sem irmãos, sempre trabalhando e nunca satisfeito com a riqueza que tem. Para que é que ele trabalha tanto, deixando de aproveitar as coisas boas da vida? Isso também é ilusão, é uma triste maneira de viver.

Dois homens podem resistir a um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho. Uma corda de três cordões é difícil de arrebentar.

O moço pobre mas sábio vale mais do que o rei velho e sem juízo que já não aceita conselhos.

Quanto mais você preocupar, mais pesadelos terá; e, quanto mais você falar, mais tolices dirá.

É melhor não prometer nada do que fazer uma promessa e não cumprir.

Não fique admirado quando você notar em algum lugar o governo fazendo injustiça, perseguindo os pobres e negando os direitos deles. Pois cada autoridade é protegida pela que está acima dela,e as duas são acobertadas pelas autoridades superiores.

Quem ama o dinheiro nunca ficará satisfeito; quem tem a ambição de ficar rico nunca terá tudo o que quer. Isso também é ilusão. E o que ela ganha com isso é apenas saber que é rica. O trabalhador pode ter pouco ou muito para comer, mas pelo menos dorme bem à noite. Porém o rico se preocupa tanto com as coisas que possui, que nem consegue dormir.

Algumas pessoas economizam dinheiro e sofrem com isso.

Como entramos neste mundo, assim também saímos, isto é, sem nada. Apesar de todo o nosso trabalho, não podemos levar nada desta vida. Isso também é muito triste! Nós vamos embora deste mundo do mesmo jeito que viemos. Trabalhamos tanto, tentando pegar o vento, e o que é que ganhamos com isso? O que ganhamos é passar a vida na escuridão e na tristeza, preocupados, doentes e amargurados.

Que adianta um homem viver muitos anos e ter cem filhos se não aproveitar as coisas boas da vida e não tiver um enterro decente? Eu digo que uma criança que nasce morta tem mais sorte do que ele.

Todos trabalham duro para ter o que comer, mas nunca ficam satisfeitos. É muito melhor ficar satisfeito com o que se tem do que estar sempre querendo mais.

Tudo o que se passa neste mundo já foi resolvido há muito tempo. Antes de uma pessoa nascer, já está decidido o que vai acontecer com ela. E nós sabemos que não podemos discutir com quem é mais forte do que a gente. Uma coisa é certa: quanto mais falamos mais tolices dizemos; e não ganhamos nada com isso. Como podemos saber o que vai acontecer na Terra depois da nossa morte?

O nome limpo vale mais do que o perfume mais caro; e o dia da morte é melhor do que o dia do nascimento.

É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia também vamos morre.

A tristeza é melhor do que o riso; pois a tristeza faz o rosto ficar abatido, mas torna o coração compreensivo. Quem só pensa em se divertir é tolo.

É melhor ouvir a repreensão de um sábio do que escutar elogios de um tolo.

A risada dos tolos é como os estalos de espinhos no fogo, não quer dizer nada. Quando o sábio usa a violência, ele se torna tolo. Quem aceita suborno estraga o seu caráter.

Controle sempre o seu gênio; é tolice alimentar o ódio.

Sabedoria é melhor do que dinheiro.

Pense no que Deus faz. Quem pode endireitar o que ele fez torto?

A minha vida tem sido uma ilusão, mas nela eu tenho visto de tudo. Há pessoas boas que morrem, e há pessoas más que continuam a viver a sua vida errada.

A sabedoria pode fazer mais por uma pessoa do que dez prefeitos juntos podem fazer por uma cidade.

Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo.

A sabedoria de uma pessoa brilha no seu rosto e a torna simpática mesmo que seja feia.

Existe um tempo certo e um modo certo de fazer cada coisa. Mas o nosso grande problema é que não sabemos o que vai acontecer amanhã, e não há ninguém que possa nos contar. Ninguém pode dominar o vento, nem segurá-lo. Assim também ninguém pode evitar a morte, nem deixá-la para outro dia. Nós temos de enfrentar essa batalha, e não há jeito de escapar.

Por que será que as pessoas cometem crimes com tanta facilidade?
- Porque os criminosos não são castigados logo.

Vejam o que acontece no mundo: muitas vezes os bons são castigados, e não os maus; e os maus são premiados, e não os bons. É o que eu digo: isso também é ilusão.

Ninguém sabe nada o que acontecer no futuro, mas isso não faz diferença.

O coração das pessoas está cheio de maldade e de loucura; e, de repente, elas morrem.

É melhor ser um cão vivo do que um leão morto.

Procure sempre parecer feliz e satisfeito.

Notei que as pessoas mais sábias nem sempre têm o que comer e que as mais inteligentes nem sempre ficam ricas. Notei também que as pessoas mais capazes nem sempre alcançam altas posições. Tudo depende da sorte e da ocasião. Pois ninguém sabe quanto a hora da desgraça vai chegar. Como as aves que caem, de repente, na armadilha ou como peixes apanhados na rede, nós também podemos cair na desgraça quando menos esperamos.

Eu sempre achei que a sabedoria é melhor do que a força; mas ninguém acredita que uma pessoa pobre pode ser sábia e ninguém presta atenção no que ela diz.

É melhor ouvir asa palavras calmas de uma pessoa sábia do que os gritos de um líder numa reunião de tolos.

Quem abre um buraco cairá nele. Se você deixa o machado perder o corte e não o afia, terá de trabalhar muito mais. É mais inteligente planejar antes de agir.

Não adianta nada você saber encantar cobras se deixar que uma delas o morda.

Se por preguiça você deixar de consertar o telhado da sua casa, ele acabará ficando cheio de goteiras, e a casa cairá.

Jovem aproveite a sua mocidade e seja feliz enquanto é moço. Faça tudo o que quiser e siga os desejos do seu coração. Mas lembre de uma coisa: Deus o julgará por tudo o que você fizer. Não deixe que nada o preocupe ou faça sofrer, pois a mocidade dura pouco.

Lembre-se do seu Criador enquanto você ainda é jovem, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que você dirá: “Não tenho mais prazer na vida.”

Lembre-se dele antes que chegue o tempo em que você achará que a luz do sol, da lua e das estrelas perdeu o seu brilho e que as nuvens de chuva nunca vão embora. Então os seus braços, que sempre o defenderam, começarão a tremer, e as suas pernas, que agora são fortes, ficarão fracas. Os seus dentes cairão, e sobrarão tão poucos, que você não conseguirá mastigar a sua comida. A sua vista ficará tão fraca, que você não poderá mais ver as coisas claramente.; Você ficará surdo e não poderá ouvir o barulho da rua. Levantará cedo, quando os passarinhos começarem a cantar. Então você terá medo de lugares altos, e até caminhar será perigoso. Os seus cabelos ficarão brancos, e você perderá o gosto pelas coisa.

Nós estaremos caminhando para o nosso último descanso; e, quando isso acontecer haverá gente chorando por nossa causa nas ruas. A vida vai se acabar como uma lamparina de ouro cai e quebra. Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.

É ilusão, é ilusão. Tudo é ilusão.”

Conclusão: SALOMÃO, se lançou à façanha de ganhar o mundo inteiro e gozar todos os prazeres e satisfações que essa vida lhe pudesse conceder; no final, veio a descobrir que tudo somado, o resultado era zero.

No entanto, a única decisão conclusiva a tirar, antes que deixemos o palco terreno, é que precisamos nos reconciliar com DEUS e aceitar sua vontade para nossa vida.


M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho
A:.R:.L:.S:. “ACÁCIA DO RIO ABAIXO” N. 35 – GOE-MT –
SANTO ANTÔNIO DO LEVERGER-MT