segunda-feira, 28 de abril de 2008

O ESPÍRITO


M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho

Há séculos, sábios místicos afirmam que todas as formas da matéria, animada ou inanimada, devem sua existência a uma energia universal que denominam “Espírito”.

O Espírito é luz, é inteligência, é vida, é poder criador e realizador. Nele não há matéria em nenhum dos seus estados. É, portanto, imaterial. Partícula individualizada, assim se conserva em toda a trajetória que faz no processo da sua evolução.

Ele é indestrutível, indivisível, eterno, e evolui para o aperfeiçoamento cada vez maior. Como partícula do Todo, é inseparável dele e subsiste a qualquer transformação, nada havendo que o possa destruir.

O corpo foi feito para alma. Somos colocados na criação material não para sermos seus escravos, mas para a dominarmos e dela fazermos o agente de nossas mais elevadas faculdades.

Os cientistas distinguem quatro grandes forças que agem sobre a matéria: coesão, adesão (ou aderência), atração e repulsão. Do ponto de vista místico, essas quatro forças nada mais são do que diferentes manifestações de uma única energia, a energia Espírito.

Desde o menor grão de areia até o mais longínquo planeta, todas as coisas que compõem o universo material são constituídas de Espírito.

O Corpo do ser humano deve sua existência e essa energia, pois é ela que, na forma de coesão, adesão, atração e repulsão, lhe dá sua estrutura orgânica.

Enquanto temos vida, existe um equilíbrio perfeito entre as forças coesivas, adesivas, atrativas e repulsoras que operam em nosso corpo. No momento da morte, entretanto, as forças de repulsão aumentam de intensidade a acabam por provocar a decomposição das substâncias materiais que compõem o corpo. Por essa razão ele perde lentamente a forma organizada que possuía.

O termo “Espírito”, tal como é empregado pela tradição mística, não está ligado a nenhum princípio religioso. Para sermos mais precisos, os místicos não utilizam esse termo para designar a Alma ou o princípio espiritual que anima cada ser humano.

É interessante observar tudo que este mundo material representa para a nossa consciência. A maioria das ciências, artes, profissões e ocupações da vida, tem por origem nossa relação com a matéria. O filósofo da natureza, o físico, o homem da lei, o artista e o legislador, encontram na matéria seus temas ou suas oportunidades de pesquisar. O poeta empresta suas mais belas imagens à matéria. O escultor e o pintor a utilizam para expressar suas mais nobres concepções. A matéria tende a impulsionar o mundo para a atividade.

Os místicos fazem uma distinção clara entre a Alma e Espírito. Com efeito, a Alma é uma energia cósmica independente da matéria, enquanto que Espírito é a energia que constitui todas as coisas materiais.

A filosofia que não vê nas leis e fenômenos da natureza exterior o meio de despertar a consciência é lamentavelmente limitada, e que um estado social no qual a massa dos homens está excessivamente ocupada com os trabalhos materiais, a tal ponto que a alma fica incapacitada para a ação e é mantida a distância, é uma guerra contra os desígnios do G:.A:.D:.U:. e utiliza para a servidão o que deveria ser o meio de libertar e fazer desabrochar a alma.

A diferença que percebemos entre as coisas materiais está exclusivamente em sua expressão, ou seja, no seu aspecto exterior, pois os elementos subatômicos que as compõem estão infusos pela mesma energia.

Toda e qualquer energia, seja qual for a espécie, é indestrutível. Isso significa que ela está sempre pronta, sob uma ou outra forma, a cumprir sua função como matéria.

Todo relógio elétrico deve sua forma e sua aparência exterior às partículas de matéria que o compõem. Mas por mais sólida e bela que seja essa forma, não pode cumprir seu propósito, que é o de mostrar as horas, sem receber eletricidade. Isso quer dizer que, se por uma razão, a corrente elétrica não passa pelo relógio, ele cessa de funcionar e torna-se um objeto sem nenhum interesse especial. O mesmo princípio pode ser aplicado ao homem. Seu corpo físico é um conjunto de elementos materiais que, sob a ação de Espírito, formam um organismo coerente perfeitamente organizado. Entretanto, é a Alma que lhe fornece a energia vital necessária ao seu funcionamento. Quando nos abandona no momento da nossa morte, essa energia vital desaparece ao mesmo tempo que a Alma, e nosso corpo físico se torna uma massa de matéria desprovida de qualquer vitalidade. Então aquele corpo deixa de ser um indivíduo vivo e consciente.

A analogia empregada deverá permitir-nos compreender que as palavras “Espírito” e “Alma” não são sinônimos. A primeira (Espírito) designa a energia subjacente ao mundo material, enquanto a segunda (Alma) se aplica à energia espiritual que anima cada ser humano. São, portanto, duas energias diferentes, porém, complementares.

domingo, 27 de abril de 2008

MAGIA NEGRA, BRUXARIA E SUPERSTIÇÃO


M:.M:. Antônio Padilha de Carvalho

Existem pessoas conhecidas como “magos negros”, “bruxos”, “feiticeiras”, “leitores de sorte”, “videntes”, etc., que se entregam a práticas com o objetivo de fazer mal ás vítimas de sua escolha ou que lhe foram designadas.

É impossível alguém utilizar o poder do pensamento para prejudicar outra pessoa a distância. Em outras palavras, não existe essa influência que por vezes é atribuída à magia negra e à bruxaria.

Só as pessoas que acreditam na eficácia das práticas maléficas podem ser suas vítimas. Isso explica o fato de que o indivíduo, quando está persuadido de ter sido enfeitiçado, entra por si mesmo num estado mental e emocional que efetivamente acaba por lhe causar prejuízos.

Nesse caso, entretanto, não é a influência maléfica do feiticeiro ou bruxo que ele sofre, mas a de seus próprios pensamentos.

Combater a ignorância é um grande bem prestado à humanidade. A ignorância tem sido a única causa de todos os males que vêm corrompendo, obsedando e degradando os seres.

O esclarecimento fortifica o ser, torna-o invencível, dá-lhe forças para combater, para livrar-se dos males terrenos e de todas as coisas que o possam deter no caminho da vida

O único poder da magia negra e da bruxaria é o que lhes é atribuído pois, em si mesmas, essas práticas não possuem nenhuma força. Sua eficácia está exclusivamente no fato de que as pessoas que lhes dão crédito se auto-sugestionam negativamente.

A ignorância tem levado o homem à prática de atos, por vezes, irreparáveis.

A Maçonaria, via de seus estudos sistemáticos, levanta o moral das criaturas e leva-as para o cumprimento do dever. A verdade faz compreender os direitos terrenos, manda respeitar as leis e o próximo, defende a sua pessoa e a sua família.

Foi cientificamente provado que, quando um indivíduo mantém pensamentos maus constantemente, cria em si mesmo condições psicológicas e fisiológicas que favorecem o aparecimento de doenças mentais e físicas.

Aqui não se condena ninguém, nem tampouco se quer saber da religião que as pessoas professam. Queremos sim, que o homem saiba caminhar por si, conhecendo-se como Força e Matéria.

Toda criatura humana deve ser forte, valorosa e destemida para enfrentar a luta pela vida tal qual se apresente.

Toda pessoa que se recusa a acreditar na eficácia dos magos negros, bruxos, leitores de sorte, etc., não poderá em caso algum ser vítima de suas práticas maléficas. Na realidade, são eles que acabam sofrendo o mal que desejaram infligir.

O medo é uma barreira fantástica que se levanta na frente do ser ignorante para acovardá-lo. O esclarecimento coloca o homem na altura de tudo enfrentar. Para o homem de caráter não há fantasmas, ele sabe representar bem o seu papel na Terra e dá boas contas dos compromissos que o espírito assumiu ao vir estagiar aqui neste planeta-escola, para evoluir, para progredir, para caminhar, enfim, no seu carro, o corpo carnal.

Todas as superstições se originam em um raciocínio totalmente errôneo ou em uma associação de idéias muito equivocadas, pois nenhuma superstição corresponde ao cumprimento de uma lei natural ou universal.

O homem esclarecido nunca deve julgar-se sábio, nunca deverá ter essa vaidade, porque a vida é contínua, e se a vida continua pelo infinito, todos devem saber pensar, estudar e raciocinar como discípulos que são da Escola do mundo, devendo fazer bom uso das lições que forem recebendo. Todos devem procurar compreender bem o que explanamos, para que possam cumprir os seus deveres sem maiores sacrifícios, sem profundas dores morais, materiais e espirituais.

Quem maltrata os animais ou em nome da superstição ou da ciência no que esta tem de pior os faz sofrer inutilmente, cria para si mesmo um carma negativo. Se é errado crer que certos animais trazem má sorte, também é verdade que quem os faz sofrer enfrentará, mais cedo ou mais tarde, as provas dolorosas que têm por objetivo fazê-lo compreender a crueldade de suas ações.

Há entre as criaturas incompreensão, muita falta de raciocínio e, por causa dessa incompreensão e dessa falta de raciocínio, é que há erros gravíssimos com dificuldades são corrigidos numa encarnação.

Como não existe nenhum animal portador de má sorte, também é verdade que nenhum pode trazer boa sorte. O mesmo se aplica a todos os objetos. Portanto, os fetiches, amuletos, talismãs, medalhas, etc., não têm qualquer poder próprio.

Todos são imperfeitos na Terra, basta serem espíritos que aqui se encontram em depuração. Mas as imperfeições devem ser reconhecidas para poderem ser corrigidas, e felizes daqueles que as reconhecem, porque estes têm facilidades de se aperfeiçoarem. Mas a vaidade que cega muitos espíritos, cria neles uma auréola de perfeição de tal forma que se sentem perfeitos e não admitem nem aceitam a mais leve obsercação. Alguns chegam até ao cúmulo de se julgarem superiores àqueles que de fato têm superioridade. Isso não é só ignorância, é pretensão e vaidade inqualificáveis.

O homem colhe individual e coletivamente o que semeou. Suas alegrias e tristezas se devem ao modo como ele usa seu livre-arbítrio. A felicidade nada tem a ver com o objeto dito milagroso ou com a prática de uma crença supersticiosa.

Não existem milagres nem tampouco poderes mágicos, que só existem na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que citam, como prova da existência desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.

O G:.A:.D:.U:. não escuta a maldição injusta e culpado perante ele se torna o que a profere.